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Morfologia do Desenvolvimento em Gramíneas e Leguminosas

A estrutura morfológica das gramíneas é muito similar entre as espécies.

Índice

Organização estrutural das gramíneas e leguminosas

A estrutura morfológica das gramíneas é muito similar entre as espécies. O perfilho é considerado a unidade de crescimento (unidade vegetativa) das gramíneas forrageiras.

O crescimento de um perfilho depende da contínua formação de fitômeros. Um fitômero é composto de folha (bainha e lâmina), nó, entrenó e gema axilar, que se diferenciam a partir de um meristema apical comum.

Esse arranjo hierárquico de subunidades segue um padrão de crescimento entre os estágios de primórdio e maturação e senescência foliar cuja velocidade depende das condições climáticas e das características de desenvolvimento da espécie.

Isso permite caracterizar o perfilho como uma série sequencial de fitômeros em etapas de desenvolvimento diferentes, sendo que o fitômero anterior se encontra em estágio mais avançado que a imediatamente acima dele.

Em leguminosas, o eixo principal possui a mesma estrutura que gramíneas: fitômeros organizados de forma sequencial.

A unidade vegetativa de leguminosas é comumente denominada ramificação. Alguns autores definem a unidade de crescimento em uma ramificação da leguminosa como metâmeros, os quais consistem em nó, entrenó e gema axilar, folha (com folíolos no caso de folhas compostas), as estípulas e o pecíolo.

O crescimento e/ou desenvolvimento de fitômeros individuais não ocorre de forma independente dos demais fitômeros e meristemas associados e, portanto, todos precisam ser considerados de forma coletiva como uma unidade de desenvolvimento da parte aérea (perfilho ou ramificação).

A disposição desses fitômeros no sentido vertical, uns em cima dos outros, conduz a planta ao crescimento ereto (com desenvolvimento de colmos), e no sentido lateral, uns ao lado dos outros, conduz a planta ao crescimento prostrado ou rasteiro (com desenvolvimento de estolões e/ou rizomas).

Nesse sentido, o desenvolvimento morfológico de uma planta consiste em uma sequência de eventos interativos dentro de ou entre fitômeros interligados, de forma que a arquitetura de um perfilho é determinada pelo tamanho, número e arranjo espacial de seus fitômeros.

O perfilho parental (principal ou primário) é a capaz de gerar novos indivíduos a partir da ativação das gemas axilares presentes em cada fitômero, dando origem a outros perfilhos com o mesmo genótipo, formando uma planta.

Além disso, uma única planta pode apresentar várias gerações de perfilhos, pois cada gema axilar pode potencialmente formar um perfilho em épocas diferentes.

Dessa forma, o arranjo espacial dos perfilhos em uma planta junto às variações morfológicas em perfilhos individuais definem o hábito de crescimento da espécie forrageira.

O arranjo espacial dos perfilhos na planta depende do padrão de desenvolvimento do perfilho. Perfilhos com desenvolvimento intravaginal surgem a partir das gemas axilares contidas no interior das bainhas das folhas e crescem de forma ereta.

Seu crescimento resulta em um arranjo compacto de perfilhos, os quais formam o hábito de crescimento cespitoso (bunchgrass, caespitose or tussock).

O desenvolvimento extravaginal, por sua vez, consiste no crescimento lateral do perfilho a partir da gema axilar, contribuindo para a maior distância e maior ângulo entre perfilhos dentro da planta.

Esse tipo de crescimento origina o hábito de crescimento prostrado (sodgrass, creeping or spreading), o qual pode ser acentuado na presença de estolões e rizomas.

Classificação de plantas forrageiras

Independentemente do hábito de crescimento (plantas cespitosas, estoloníferas, rizomatosas, etc.), as plantas forrageiras podem ser classificadas com relação ao período de maior produção de forragem em hibernais e estivais.

a) Hibernais: São forrageiras de clima temperado, de dias menos ensolarados, geralmente de pequeno crescimento, caules finos e folhagem tenra. São semeados no outono (tanto as perenes como as anuais), sendo utilizadas durante o inverno e também na primavera.

b) Estivais: são forrageiras de clima tropical, com elevado potencial de crescimento, colmos grossos e folhas largas. Requerem bastante luz e calor, são sensíveis ao frio intenso, permanecendo com vida apenas os órgãos inferiores (raiz e base da planta), onde acumulam reservas nutritivas para rebrotar na primavera. São semeadas na primavera, com maior produção no verão e outono, e quando entra o inverno, as perenes entram em repouso vegetativo e as anuais morrem.

Com relação à duração do ciclo de desenvolvimento (tempo desde a emergência até o período reprodutivo e morte), as plantas podem ser anuais, perenes ou bienais.

Plantas bienais ou bianuais normalmente permanecem em crescimento vegetativo no primeiro ano e apenas no segundo ano entram em período reprodutivo e produzem sementes.

O ciclo de desenvolvimento de uma planta se inicia com a germinação, passando pelas fases de crescimento vegetativo, reprodutivo e morte.

Dessa forma, podemos classificar as fases de desenvolvimento da planta em:

1. Fase vegetativa: Inicia-se na germinação da semente e emergência da plântula. A seguir, a planta passa pelas fases de desenvolvimento da área foliar e perfilhamento.

2. Fase de transição ou alongamento de colmos: Consiste em uma fase de transição do período vegetativo (onde produz folhas e perfilhos) para o período reprodutivo. Nessa fase a planta muda sua estrutura e arquitetura, e inicia o alongamento de colmos e a emissão das folhas bandeira para enchimento dos grãos da inflorescência. Também chamada fase de emborrachamento.

3. Fase reprodutiva: Não ocorre mais emissão de novas folhas. Todos os assimilados da planta são destinados ao enchimento e maturação de grãos na inflorescência.

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Fonte

DE ALMEIDA, Oswaldo José Izidio. A Dinâmica do Crescimento de Plantas Forrageiras e o Manejo das Pastagens. 1ª ed. Pirassununga – SP: FZEA, 2016.

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Daniel Vilar
Daniel Vilar
Agrônomo e produtor de conteúdo na Agriconline